CaboSanRoque
Espanha

Torn de nit: serenata per orquestra mecànica

TEATRO MARIA MATOS
20 e 21 de Maio às 21h30
Sexta e Sábado

EXTENSÃO
Teatro Municipal da Guarda Guarda
27 de Maio às 21h30



Composição musical, concepção, construção da orquestra mecânica e produção: CaboSanRoque Interpretação: Roger Aixut, Alberto Mezquíriz, Josep Seguí, Laia Torrents Cenografia, guarda-roupa e caracterização: CaboSanRoque Filmagem das imagens do espectáculo: CaboSanRoque e Shankara Films Iluminação: Juanjo Surribas Espaço sonoro: Guiu Llusà Co-produção: Temporada Alta 2009- Festival de Tardor de Catalunya-Interreg IV e Centro Párraga com a colaboração do Institut Català d'Industries Culturals e Institut Ramon Llull Técnica: Objectos e música Público-alvo: M/10 Duração: 75 minutos Idioma: Catalão e castelhano com legendagem em português



Uma verdadeira fábrica de som… um espectáculo-concerto a não perder!

CaboSanRoque reaproveitou grande parte do equipamento de uma fábrica de bolachas abandonada para construir uma orquestra mecânica completa, com secções de sopros, cordas e percussão. Os pistões, electroválvulas, roldanas, motores e tapetes rolantes que passaram os últimos 25 anos a produzir bolachas, são recombinados para construírem uma nova fábrica, agora destinada à produção de música. A renovada fábrica apresenta uma coreografia mecânica de pistões que fazem dançar o acordeão ao ritmo do Cha Cha Cha, de electroválvulas que fazem soar as trompetas de Jericó, e alguns barcos que cospem nuvens de farinha, anunciando a sua partida. A própria maquinaria com os seus movimentos mecânicos transporta-nos até aos momentos de fuga mental que assediavam os operários, enquanto passavam horas, dias, anos, repetindo os mesmos gestos diante de uma fila de bolachas na linha de produção. Graças aos esforços do sindicato conseguiu-se uma pausa para uma sandes…






O processo de criação de “Torn de nit” (turno da noite) iniciou-se em Novembro de 2008, provocado pela desmontagem de uma linha de produção de uma fábrica de bolachas. Um verdadeiro desafio. O funcionamento irracional da linha de produção transformará o mundo repetitivo, funcional e asséptico da fábrica em diferentes espaços, como uma metáfora do subconsciente do operário. Será a própria maquinaria com os seus movimentos mecânicos que nos transportará até estes espaços de fuga mental que assediam um operário que passa horas e horas, anos, repetindo os mesmos movimentos diante de uma fila de bolachas na linha de produção.

Noutros momentos, o espaço real da fábrica é-nos revelado através das vozes-off dos operários da antiga linha de produção, testemunhos reais de indubitável valor humano e documental, que nos falam sobre o trabalho repetitivo, sobre a sua relação pessoal e diária com as máquinas, sobre o som (ruído ou melodia) da fábrica.


“Cheirava a baunilha no auditório. Mas não era apenas uma história. Um ecrã mostrava imagens das bolachas no tapete transportador, caindo para serem empacotadas, enquanto um operário recordava a música que a máquina fazia e como qualquer alteração nesta música, na melodia ou no ritmo o alertava para problemas mecânicos. Quatro músicos, operários de som, tocam de novo esta máquina. Um espectáculo fantástico”.
Luis Hidalgo, El País






BIO
É uma pequena - grande orquestra com mais de 50 instrumentos, muitos deles fabricados pelos próprios, feitos a partir de objectos encontrados na rua que convivem com instrumentos de brincar e outros convencionais.
CaboSanRoque nasceu em 2001, inspirado no nome de um velho transatlântico, como um grupo de música dedicado à experimentação mais lúdica e evocativa, a partir de instrumentos inventados através da reciclagem de objectos quotidianos, tão diferentes como máquinas de costura, máquinas de lavar, pistas de carrinhos, agrafadores ou velhas peças de mobiliário.
Nos últimos tempos, o trabalho do grupo evoluiu em torno das capacidades expressivas musicais e cénicas de instrumentos mecânicos automáticos e respectiva interacção com intérpretes humanos. Dessa vontade de experimentação e construção de máquinas musicais, surgiram os espectáculos “Torn de nit”, “La Caixeta” e “Música a Màquina”, para além da instalação sonora “Pas de loup”.
A trajectória do grupo não se assemelha em nada a uma linha recta e, de facto, cada vez há mais desdobramentos e linhas bífidas, que coabitam, igualmente, com duplas e, inclusive, triplas personalidades. Estes desdobramentos possibilitaram que CaboSanRoque se mova como um peixe na água no meio musical, que tenha sido convidado para festivais de teatro, de marionetas, de robótica, entre outros… e que até se tenha atrevido a musicar contos, programas de televisão, e a compor a banda sonora em directo de peças de teatro de elevada complexidade.
Em síntese, definir CaboSanRoque… ninguém sabe (e quem se atreve é audacioso!), mas o certo é que suscitam o interesse em quase todas as áreas de criação, não se impondo limites.












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