Gisèle Vienne, Dennis Cooper
& Jonathan Capdevielle
França

Jerk

TEATRO MARIA MATOS
13 e 14 de Maio às 21h30
Sexta e Sábado



Encenação e Concepção: Gisèle Vienne Dramaturgia: Dennis Cooper Música: Peter Rehberg (música original), El Mundo Frio de Corrupted Luz: Patrick Riou Criado em colaboração e interpretação: Jonathan Capdevielle Vozes gravadas: Dennis Cooper, Paul P Styling: Stephen O'Malley, Jean-Luc Verna Marionetas: Gisèle Vienne, Dorothéa Vienne Pollak Maquilhagem: Jean-Luc Verna, Rebecca Flores Guarda-Roupa: Dorothéa Vienne Polak, Marino Marchand, Babeth Martin Professor de Ventriloquismo: Michel Dejeneffe Desenhos: Jean-Luc Verna, Courtesy Air de Paris Fotografias: Alain Monot, Mathilde Darel Administração e Produção: Bureau Cassiopée, Anne-Cécile Sibué, Lénor Baudouin, Alix Sarrade, Rachel Ciora Acompanhamento técnico: Equipa de Quartz - Scène Nationale de Brest Direcção técnica: Nicolas Minssen Produtor associado: DACM Com a colaboração de: Le Quartz - Scène Nationale de Brest Co-produção: Le Quartz - Scène Nationale de Brest, Centre Chorégraphique National de Franche-Comté à Belfort no contexto de l'accueil-studio e do Centro Parraga - Murcia Apoios: Ménagerie de Verre no contexto do Studiolab. A companhia DACM é apoiada pelo Drac Rhône-Alpes/Ministère de la Culture et de la Communication, Région Rhône-Alpes, Conseil Général de l'Isère, Ville de Grenoble e Culturesfrances para as suas tournées internacionais. Gisèle Vienne é artista associada de Le Quartz - Scène Nationale de Brest Agradecimentos: Atelier de Création Radiophonique de France Culture, Philippe Langlois e Franck Smith. A Sophie Bissantz pelos efeitos sonoros. As vozes e os efeitos sonoros foram gravados pelo Atelier de Création Radiophonique. A Justin Bartlett, Nayland Blake, Alcinda Carreira-Marin, Florimon, Ludovic Poulet, Anne S - Villa Arson, Thomas Scimeca, Yury Smirnov, Scott Treleaven, Galeria Air de Paris, Tim/IRIS, Jean-Paul Vienne Técnica: Marionetas de luva Público-alvo: M/16 Duração: 55 minutos Idioma: Inglês com legendagem em português Contém linguagem e cenas violentas



Um espectáculo a solo para um marionetista, a partir de um romance de Dennis Cooper.

“Jerk” é uma reconstituição imaginária, estranha, poética, divertida e sombria, dos crimes cometidos pelo serial killer americano Dean Corll que, com a ajuda de dois adolescentes, David Brooks e Wayne Henley, matou mais de vinte rapazes no estado do Texas, em meados da década de 70.








No espectáculo, David Brooks cumpre a sua pena de prisão perpétua. Na prisão aprendeu a arte das marionetas, o que de alguma forma lhe permitiu enfrentar as suas responsabilidades na participação dos crimes e escreveu uma peça, que reconstitui os assassínios de Dean Corll, utilizando marionetas para interpretar todos os papéis. Apresenta o seu trabalho na prisão para uma turma de estudantes de Psicologia da universidade local.

A crueldade e o humor do texto exigem uma representação onde transparece a violência. O teatro de marionetas de luva é de facto uma forma tradicionalmente utilizada para a interpretação de personagens violentas e transgressivas. “Jerk” mistura sem complexos sexualidade e violência, num registo digno da estética gore, inscrevendo-se, neste sentido, na linha de textos interpretados dentro do repertório tradicional da marioneta de luva, representando temas ilícitos e violentos.

A acção, por mais realista que seja, parece estar no limite da ficção. O aparente realismo do espectáculo, a narração linear e o facto de se inspirar numa história verdadeira, conseguem, paradoxalmente, mergulhar o público numa atmosfera de irrealidade e estranheza.

“Jerk” é como uma síntese das três peças realizadas em colaboração com o escritor americano Dennis Cooper, “I Apologize” (2004), “Une belle enfant blonde” (2005) e “Kindertotenlieder” (2007). “Jerk” estreou no Festival Antipodes em 2008. Nestas três peças as ligações entre fantasia e realidade são constantemente reexaminadas e a nossa percepção da realidade é frequentemente alterada.

Gisèle Vienne, ao misturar teatro, dança, marionetas e artes plásticas, cria espectáculos peculiares, entre fantasia e realidade, assombrados pelo sexo, morte e violência. Um espectáculo ‘chocante’, ao qual ninguém consegue ficar indiferente, com uma interpretação absolutamente magistral, a todos os níveis, físicos, vocais, de Jonathan Capdevielle.



“… Como se pode representar a violência sanguinária destes adolescentes louros e sexys? Como encenar a distância de um crime e o seu efeito orgástico numa América algo pervertida? Vienne, que tem uma forte experiência teatral, encontrou a resposta numa história dentro de uma história contada com uma contenção notável. Sem efeitos especiais supérfluos, só um baixo eléctrico e fanzines que são entregues ao público. E, mais que tudo, um actor fantástico, Jonathan Capdevielle, que trabalha regularmente com Gisèle Vienne. Ele manipula as marionetas - peças magníficas com equipamento de futebol e asas - e sempre que pára, um sentimento de angústia percorre o público. Ele também revela habilidades de ventríloquo. Capdevielle capta a nossa atenção o tempo inteiro, e contorcermo-nos de medo sempre que ele ri. Neste reino de abstracção e simulação, nunca Vienne ou Cooper são complacentes. É puramente uma autópsia da angústia adolescente, dos sonhos de fama e do medo dos outros. No final, uma curta carta do professor de psicologia ao serial killer revela um ângulo diferente. Jerk pode ser insuportável para alguns. Mas aos nossos olhos, teatro tão sabiamente tecido com a realidade, embora violento, é salutar”.

Les Inrockuptibles


"… Com o impressionante Jonathan Capdevielle como serial killer… a ficção e a realidade estão constantemente entrelaçadas. Jerk explora astutamente esta relação entre fantasia e realidade. O texto violento, no limiar do gore, cria um clima de ansiedade que só é reforçado pela narração na primeira pessoa, entregue como testemunho verdadeiro. Até ao fantástico momento de ventriloquismo, que em apenas alguns minutos nos deixa num estado de magnetismo perturbador e nos permite vislumbrar como é a loucura”.

Libération


“A representação de Jonathan Capdevielle no espectáculo Jerk, encenado pela coreógrafa Gisèle Vienne, deixa-nos deslumbrados. Este solo para um marionetista revela uma incrível forma de representar, de ventriloquismo e efeitos sonoros… Um homem, uma cadeira e cinco marionetas são tudo o que é necessário para a recriação dos assassínios. A escassez de meios contrabalança com o peso das histórias violentas que Jonathan Capdevielle conta de uma forma quase realista. Embora o seu papel principal seja o de David (um dos adolescentes que acabaram na prisão), ele veste todas as personagens numa fracção de segundo, especialmente as vítimas jovens. As suas mudanças de voz e a destreza na manipulação das marionetas, entre distanciação e crueldade, reúnem uma muito perturbadora camada de sons e emoções. Um surpreendente artista multi-instrumentista…”.

Le Monde


"Uma valente bofetada. É o que acontece quando Gisèle Vienne, marionetista e grande encenadora, deita a mão a um texto do seu escritor favorito, Dennis Cooper, e o coloca as mãos no seu artista de estimação, Jonathan Capdevielle. Ao revelar os seus talentos na representação e ventriloquismo, Jonathan Capdevielle veste a pele de David Brooks, utilizando marionetas para recriar os seus crimes para uma turma de estudantes de psicologia… Outro golpe de mestre para Gisèle Vienne, que continua a analisar a sociedade através das suas fantasias assustadoras”.

Telerama








BIO
Gisèle Vienne nasceu em 1976, é franco-austríaca, vive e trabalha em Grenoble e Paris. Após uma licenciatura em Filosofia, estudou entre 1996 e 1999 na ESNAM - Ecole Supérieure Nationale des Arts de la Marionnette de Charleville-Mézières. É coreógrafa/encenadora, performer e artista plástica.
Em 1999 cria com Etienne Bideau-Rey a companhia De l’Autre Côte du Miroir (DACM), que desde o início teve como objectivo misturar dança, marionetas, teatro e outras artes. Coreografou e encenou juntamente com Etienne Bidou-Rey “Splendid’s” de Jean Genet (2000), “ShowRoomDummies” (2001), “Stéréotypie” (2003) e “Tranen Veinzen” (2004).
Gisèle Vienne trabalha depois com o escritor e crítico de arte americano Dennis Cooper e cria “I Apologise” (2004), “Une belle enfant blonde / A young, beautiful blond girl” (2005), “Kindertotenlieder” (2007), “Jerk, a radioplay” no contexto do Atelier de Création Radiophonique da estação de rádio France Culture (Junho 2007) e no âmbito do Festival des Antipodes, em Quartz de Brest, onde é artista associada, cria em 2008 “Jerk”, com Jonathan Capdevielle, um dos seus fiéis intérpretes. Em 2009 recriou “Showroomdummies” e assina “Eternelle idole”, uma peça para uma patinadora e um actor. Em Julho de 2010 apresentou a sua nova criação, “This is how you will disappear”, no Festival de Avignon.
Desde 2005 que Gisèle Vienne tem realizado frequentemente exposições das suas fotografias e instalações. Juntamente com Etienne Bideau-Rey escreveu duas publicações "Corps/Objet ± Sur le rapport du corps au corps artificiel", publicadas pelo Centre Chorégraphique National de Grenoble.
Actualmente trabalha numa instalação que será apresentada no Centre d’Art Passerelle, no âmbito do Festival Anticodes’11 / le Quartz, Scène Nationale de Brest, e na galeria Hard Hat, em Genebra em Maio de 2011. Em preparação para 2011 encontra-se o áudio-livro “Jerk/Through Their Tears” (editor: DIS/VOIR) em francês e inglês.

Dennis Cooper é romancista, poeta e crítico. Vive em Paris e em Los Angeles. Já publicou nove romances e, mais recentemente,The Sluts” e “God Jr”. Começou a escrever poemas e contos desde muito cedo, mas só aos 15 anos se dedicou seriamente à escrita, depois de ler Rimbaud e Sade. Em 1976 fundou a Little Ceasar Magazine and Press, que geriu até 1982. De 1983 a 1985 foi director do centro literário e artístico Beyond Barroque, na Califórnia. Em 1985 foi para Amesterdão, onde viveu durante dois anos e iniciou o seu projecto literário mais ambicioso, o ciclo George Miles, uma série de cinco romances interligados. É editor contribuinte da Arts Forum Magazine e fundou a editora americana Little House on the Bowery. Escreveu os textos dos espectáculos “I Apologize”, “Kindertotenlieder”, “Jerk”,” This is how you will disappear” e “Une enfant blonde / A young, beautiful blonde girl” de Gisèle Vienne, em colaboração com Catherine Robbe-Grillet. Com uma escrita notável e conhecido por ter transportado a estética visual e verbal do punk para a escrita, os seus romances e as diversas antologias que organizou valeram-lhe grandes elogios por parte da crítica.

Jonathan Capdevielle nasceu em 1976 em Tarbes, França. Vive em Paris. Estudou teatro em Tarbes, de 1993 a 1996 e depois entrou na ESNAM - École Supérieure Nationale des Arts de la Marionnette, em Charleville-Mézières. Tem participado em diversos espectáculos como “Personnage à réactiver”, Pierre Joseph (1994), “Performance” com Claude Wampler (1999), “Mickey la Torche by Natacha de Pontcharra”, tradução Taoufik Jebali, encenação de Lotfi Achour, Tunis (2000), “Les Parieurs and Blonde Unfuckingbelievable Blond”, encenação de Marielle Pinsard (2002), “Le Golem”, encenação de David Girondin Moab (2004), “Le Dispariteur”, “Le groupe St Augustin”, “Monsieur Villovitch”, “Hamlet” e "Marseille Massacre" (Atelier de Creation Radiophonique - France Culture), encenação de Yves-Noël Genod (2004-2010).
Colabora com Gisèle Vienne desde as suas primeiras encenações e tem participado em todos os seus espectáculos.
Em Setembro de 2006 criou com Guillaume Marie “We are accidents waiting to happen”, no Palais de Tokyo. Em Agosto de 2007 estreou o espectáculo-performance “Jonathan Covering” no Festival Tanz im August, em Berlim, ponto de partida da sua primeira criação a solo “Adishatz / adieu”, criada no Centre Chorégraphique National de Montpellier Languedoc-Roussillon, no âmbito de Domaines, em Janeiro de 2010, em CDC Toulouse para o festival C'est de la Danse Contemporaine 2010.
No âmbito dos Ateliers de Creation Radiophonique de France Culture, em Abril de 2010, foi um dos artistas da peça radiofónica “Marseille massacre” de Yves-Noë Genod e Nathalie Quintane.










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